quinta-feira, 19 de maio de 2011

Desafios para 4 Performances

Lembrando de tudo que já vivemos até agora - todo o processo de formação corporal com a Mariana Senne e com a Juliana Monteiro, o texto da Eleonora Fabião que estudamos, a idéia de Habitar o Próprio Corpo, as perguntas que nos fizemos, a relação entre performance e intervenção, a idéia do efêmero na arte, as questões e lutas da comunidade surda pela produção de sua cultura e identidade etc. - criamos para os jovens do Corposinalizante 4 desafios:


O Leo se sentiu desafiado a "fazer uma dança-Libras". Sua idéia é criar um personagem, o "Super-Libras", que deve proteger a Lingua de Sinais. Afinal, quem é o guardião de uma lingua? Como uma lingua permanece em construção? Super-Libras pode ajudar a melhorar a comunicação das pessoas, ouvintes e surdos, através da transformação de signos urbanos em dança, em gesto, em movimento. Super-Libras dança na cidade, com seus códigos e seus moradores. No alto de um prédio, em uma praça ou com um grupo de transeuntes, Super-Libras mostra como a comunicação é, em si, poesia e movimento.
Felipe escolheu "tirar da sombra algo cotidiano". Quando ele entra em um ônibus, cotidianamente costuma ser observado: por que este menino entra sem pagar? Desta angústia surgiu a idéia de criar uma performance dentro de um ônibus. Felipe está criando um poema-manifesto para ser declamado poeticamente em Libras. O poema será declamado, em fragmentos, através da janela, para surdos e ouvintes que estiverem parados nos pontos de ônibus. O ônibus para num ponto, Felipe está dentro e, da janela, começa a declamar o manifesto poético. O ônibus começa a andar e Felipe só para de declamar quando suas mãos não puderem mais ser vistas pelos sujeitos no ponto. Na próxima parada, outro fragmento começa a ser declamado. A Libras voa pelo ar, entre um ponto e outro - vantagens de quem fala Libras...

Luana escolheu "usar a cidade como um tabuleiro". Inspirada por performance de Eleonora Fabião no Rio de Janeiro, Luana decidiu usar seu corpo como um grande caderno e oferecer aulas de Libras nas ruas. A cidade será sua escola, de onde sairá seu repertório. A performance é, em si mesma, uma situação metáforica para quebrar barreiras de comunicação entre surdos e ouvintes.

Isadora pensou em "usar seu corpo como bandeira". Ela não quer usar palavras nem Libras. Pensou em criar uma situação totalmente corporal para mostrar a relação histórica da comunidade surda com o uso da Libras (que foi proibido em escolas durante muitos anos). Primeiro seu corpo está preso, ela briga pela rua com uma corda que a amarra. Depois, quando ela se liberta, seu corpo brinca pela rua com um tecido.

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